E finalmente estou conseguindo postar sobre a minha participação na meia maratona do Rio. Minha impressão final é de que foi a melhor prova que já participei até agora, dentro da minha vasta experiência de 1 ano e meio de corridas. :-)
A organização foi show e o percurso é maravilhoso, pois te permite ir vencendo etapas, mas o final, aterro do Flamengo foi terrivelmente desgastante... conforme conto abaixo...
Acordamos cedo na manhã de domingo, 22/08 para pegar o ônibus para São Conrado, local da largada da prova. A expectativa era muito grande e o medo de ficar preso no trânsito em função da aglomeração nos fez sair de casa 2 hora antes da prova.
Fiquei hospedado na casa do meu grande parceiro de corridas, o Nataniel Strack, que por essas e outras que acontecem na vida, está morando agora no Rio.
Bom, chegamos com bastante antecedência, com tempo de aquecer e procurar um bom local para largar. Acabamos nos posicionando relativamente bem, não queríamos largar muito lá atraz e nem muito na frente pra não sermos atropelados.
Após várias idas ao banheiro, muitos copos de água e um atraso de 9 minutos pra esperar o programa Esporte Espetacular transmitir ao vivo a largada iniciamos a prova.
Eram 19 mil pessoas participando, creio que demoramos de 6 a 7 minutos para cruzarmos a linha de largada para realmente iniciar a correr, o tumulto era realmente grande.
Logo nos 3 primeiros kms notei que está não é uma prova pra fazer pensando em baixar marcas, é muita gente, eu e o Natão nos preocupávamos mais em desviar as pessoas do que em manter um ritmo. A subida da Av. Niemayer já mostrava que o desafio maior era achar brechas entre as pessoas do que correr em linha reta para segurar o ritmo.
Chegando no Leblon achei que dissiparia um pouco o tumulto, afinal estávamos em um ritmo relativamente forte para o momento da prova, mas que nada, numa prova com 19 mil pessoas não teríamos essa oportunidade de correr isolados.
Na capa da gaita pelo km 15 ou 16
Vencendo a praia do Leblon e Ipanema, entramos em Copacabana, ali estávamos quase na metade da prova, neste ponto as pessoas que corriam ao nosso redor, tinham um ritmo parecido ao nosso, então os desvios e esbarrões estavam diminuindo, mas a quantidade de gente ao redor não. A diferença do início para agora era justamente o ritmo do pelotão.
Nesta etapa da prova, final de Copacabana comecei a sentir uma dor de cabeça muito forte. Pensei nos camarões e chopps dos dias anteriores (não sou profissional, posso exagerar às vezes, rsrsrs), mas creio que não fosse este o problema. O sol estava fortíssimo e a temperatura muito alta. Para um gaúcho que treina de madrugada, onde as temperaturas não estavam passando nunca de 10 °C, correr com uma temperatura acima dos 25°C estava relativamente complicado.
Antonio (de vermelho mais atras no centro da foto) se arrastando após o km 20
Observação: Uma coisa legal foi ter corrido com camiseta alusiva a corrida do centenário do Sport Club Internacional, como havia prometido caso o Inter se sagra-se bi campeão da Libertadores. Durante a prova recebi o apoio de muitos colorados com frases de incentivo e força.
No final de Copacabana veio minha salvação, os túneis, finalmente sombra e a temperatura mais amena, ingeri meus carbohidratos em gel e me hidratei com bastante água neste ponto, já estávamos no km 14 ou 15 e a prova entrando na fase da praia do Botafogo.
Desde esse momento então o Natão ditou o ritmo, se eu estivesse sozinho neste ponto, certamente teria diminuído o pace, estava esgotado, mas resolvi tentar acompanha-lo e deu certo. Como todos sabemos a técnica do pelotão é muito utilizada por atletas de elite, que seguem um coelho para não perder o ritmo em pontos da prova em que não estão nas melhores condições ou se estão se poupando para um ataque.
Entramos no aterro do Flamengo e eu no encalço do Natão até a fatídica volta do km 18. No km 19 não consegui mais acompanha-lo e quebrei. Virei o km 20 em 06:07, meu pior pace desde o ínicio da prova.
No último km acelerei o passo naquele esforço final e voltei ao ritmo do inicio da prova fechando este km em 05:22.
Natão no km 20 já, até com pose pra foto, estava sobrando
Cruzei a linha de chegada esgotado, minha coordenação motora estava visivelmente prejudicada, mal conseguia coordenar a caminhada, heheh... mas valeu!
Foi uma grande prova e inesquecível experiência, quero voltar ano que vem e vencer esta minha marca de 2010.
Seguem minhas parciais:
- 1 km - 05:34
- 2 km - 05:09
- 3 km - 06:26
- 4 km - 05:06
- 5 km - 05:31
- 6 km - 05:14
- 7 km - 05:20
- 8 km - 05:27
- 9 km - 05:21
- 10 km - 05:28
- 11 km - 05:28
- 12 km - 05:31
- 13 km - 05:22
- 14 km - 05:13
- 15 km - 05:48
- 16 km - 05:17
- 17 km - 05:18
- 18 km - 05:31
- 19 km - 05:49
- 20 km - 06:07
- 21 km - 05:22
Posição no geral: 3.042° de 19.000
Posição na categoria M3034: 512° de 1.342°
Meu tempo: 01:55:56
Distância parcial: 21 km
Meu Pace médio: 00:05:30
Antonio e Natão após a prova
Agradeço ao Natão e Carla pela parceria e hospitalidade, a Emi, minha esposa, que me acompanhou e foi a autora dessas fotos legais que estão no blog, mas dedico em especial esta minha conquista (completar esta prova é uma conquista) a minha falecida avó Eneide por todo o carinho que me deu durante toda sua vida. Saiba que estamos sentindo muito a sua falta e que jamais te esqueceremos.